Funcionários do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) em Santa Catarina estão ameaçando a paralisação do serviço a partir dessa segunda-feira. O motivo é a falta de pagamento do 13º salário, falta de recolhimento das parcelas do fundo de garantia há oito meses e férias vencidas há cerca de três anos.
A frota sucateada e a falta de reajuste salarial nos últimos sete anos também estão entre os motivos apontados para a mobilização dos funcionários. A ação tem o apoio dos sindicatos dos trabalhadores em estabelecimentos de Saúde (SindSaúde) regionais.
Se a greve se confirmar, as unidades avançadas do Samu e as UTIs móveis podem parar. Até mesmo o helicóptero Arcanjo pode ser afetado, já que a equipe médica também é contratada pela empresa Ozz Saúde, que faz a gestão do Samu em Santa Catarina.
A ozz é uma empresa que visa fins lucrativos, está administrando o SAMU estadual (unidades de suporte avançado de vida, onde tem enfermeiros, médicos e socorristas, assim como as centrais de regulação, onde tem médicos reguladores, TARMS e Radios operadores) desde do dia 20 de dezembro de 2017.
Leia o desabafo de um dos socorristas que pediu para não ser identifcado:
“Quando eles entraram para administrar o SAMU, nos foi tirado o vale alimentação, diminuíram o vale refeição, diminuíram o valor do adicional noturno, diminuíram o valor do nosso seguro de vida, os uniformes são escassos e tem profissional que recebeu somente uniformes usados, botas a maioria dos profissionais não receberam. Faz três anos que não nos dão férias, três anos sem dissídio, estamos desde abril sem receber o FGTS, não nos pagam insalubridade de 40%, não temos gratificação COVID19 .Além disso parcelaram o nosso décimo terceiro em 6 parcelas e a empresa não pagou a rescisão dos funcionários que pediram demissão e dos que foram mandados embora, alguns ainda estão sem receber desde julho.
Tudo o que está acontecendo, atinge mais ou menos 1000 funcionários entre socorristas, radio operadores, enfermeiros, médicos, e TARM (Técnico Auxiliar em Regulação),as condições das ambulâncias não estão boas em muitos lugares e nós resolvemos não nos calar mais. Só que cansamos com tanto descaso, estamos há 3 anos quietos e a população não faz ideia do que nós temos enfrentado
Nos mandam materiais ruins. Você tem que ver as máscaras cirúrgicas que nos fornecem, péssima qualidade as nossas mochilas estão em estado precário. É muito desrespeito”