Na última terça-feira (19), a Petrobras informou que recebeu pedidos de fornecimento de combustível acima da demanda dos últimos meses e da sua capacidade de produção.
Uma “série de cortes unilaterais” nos pedidos para a compra de gasolina e óleo diesel seriam realizados para novembro, conforme o comunicado da empresa.
Ainda de acordo com a estatal, nos últimos anos, o mercado brasileiro de diesel foi abastecido por sua produção, importações, por terceiros e pela companhia que “garantiram o atendimento integral da demanda doméstica”. Porém, para o mês de novembro está acima da capacidade da estatal.
O comunicado destaca que, na comparação com novembro de 2019, a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a por gasolina, 10%, representando mais de 100% do mercado brasileiro.
Entre os grupos que alertam para o risco de desabastecimento, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) destaca a possibilidade por conta da função política de PPI (Preço de Paridade de Importação) adotada pela Petrobras, em 2016, que “reduziu a capacidade de produção interna de combustíveis e ampliou a dependência de importações”.
A função inclui no cálculo custos de frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias e uma margem para riscos à operação. Dessa forma, a soma inclui custos de importação.
Além disso, o presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Mario Cezar de Aguiar, afirma que o risco de desabastecimento deve ser avaliado com atenção, principalmente por conta dos efeitos.
“Uma sinalização de falta de combustíveis pode ajudar a realimentar esse processo inflacionário. Outro motivo de preocupação é a possibilidade, apontada por analistas, de que o potencial desabastecimento indicaria que as elevações de preços praticadas pela Petrobras, embora frequentes e relevantes, ainda sejam insuficientes para acompanhar as cotações do mercado internacional”, complementa o presidente da Fiesc.