Cerca de 110 policiais federais estão mobilizados para o cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva, 2 de prisão temporária e 33 de busca e apreensão nas cidades de Rio Grande e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e em Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e Imbituba, no Estado de Santa Catarina. Também são executadas ordens judiciais para sequestro de 12 imóveis e 30 veículos, muitos deles de luxo, e o bloqueio de 30 contas bancárias no valor de até 10 milhões de reais.
A Operação Neutrum conta com o apoio da Polícia Militar de Santa Catarina, da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
A investigação iniciou em junho de 2021, a partir da apreensão de 15 quilos de cocaína na cidade de Chuí. A droga tinha origem na região metropolitana de Florianópolis e como destino o Uruguai. Com o avanço das investigações, a Polícia Federal identificou a atuação de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e à lavagem de dinheiro, principalmente na rota Santa Catarina – Uruguai. O grupo atua no tráfico internacional de drogas, na produção de drogas sintéticas e na estrutura logística que possibilita o carregamento de entorpecentes como cocaína, crack, maconha, ecstasy e MD de Santa Catarina para outros estados da Federação, como São Paulo, Rio de Janeiro, além do Rio Grande do Sul e para o Uruguai. Durante as investigações, foram apreendidos mais de 100 quilos de drogas sintéticas como MDMA e MDA. Somente em uma abordagem, foram apreendidos 52 quilos de MDA, uma das maiores já registradas.
Para a lavagem de dinheiro, a organização criminosa adota um conjunto de condutas evasivas mediante a manutenção de patrimônio em nome de interpostas pessoas e utilização de empresas de fachada, com a finalidade de ocultar os bens e valores obtidos com a o tráfico de drogas.
A Operação foi denominada Neutrum em referência à região dos Campos Neutrais, local em que foi realizado o flagrante que iniciou a investigação. Campos Neutrais foi a denominação dada, pelo Tratado de Santo Ildefonso (1777), a uma faixa de terra então desabitada no Sul do Estado do Rio Grande do Sul cuja posse não seria de nenhuma das partes em conflito. Esta faixa se estendia dos banhados do Taim ao Arroio Chuí e até hoje, embora fazendo parte dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, continua sendo conhecida desta forma.