Ataque em SP: aluno que matou professora pode ficar até 45 dias esperando audiência

O adolescente de 13 anos, autor do ataque a Escola Estadual Thomazia Montoro que deixou uma professora morta e outras quatro pessoas feridas, foi transferido para uma unidade da Fundação Casa, na capital paulista, na noite desta segunda-feira (27). O adolescente, de 14 anos, esfaqueou três professores e um aluno na Escola Estadual Thomazia Montoro, localizada na rua Doutor Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona Oeste de São Paulo, nesta segunda-feira (27).

O ataque ocorreu por volta das 7h30, quando as aulas já tinham começado. Segundo informações da PM (Polícia Militar), uma professora sofreu uma parada cardiorrespiratória. De acordo com boletim médico, profissionais da saúde conseguiram reverter o quadro, e a professora não corre mais risco de morte. As informações são do R7.

De acordo com a Fundação Casa, o judiciário marcará uma audiência da Vara da Infância e Juventude, que ainda não tem data definida. O estudante poderá ficar até 45 dias internado na unidade, onde ele passará por uma análise

À Record TV, o delegado Marcos Vinicius Reis, do 34° Distrito Policial, responsável pela investigação, contou que 32 testemunhas – entre elas a diretora, professoras e alunos – já prestaram depoimento.

A polícia ainda vai investigar se o jovem teve algum tipo de ajuda para realizar o ataque e se planejava também ferir membros da sua família e a si próprio.

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, também informou, durante entrevista coletiva, que o adolescente fez uma publicação no Twitter sobre o crime. O perfil do estudante, porém, era restrito ao público. A polícia conseguiu descobrir as informações pelo celular do próprio autor do ataque, que foi apreendido.

Agora, os investigadores vão identificar quem foram as pessoas que interagiram com o adolescente, de acordo com o secretário.

Durante o ataque, o aluno usava máscara de caveira que é a mesma utilizada no massacre em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, e no atentado em Aracruz (ES). A bandana preta é conhecida por ser um símbolo de supremacistas americanos.

Professora tem quadro estável

A professora Ana Célia da Rosa, ferida durante o ataque, tem quadro estável de saúde após ter passado por uma cirurgia para a sutura dos ferimentos, no início da tarde desta segunda-feira (27).

Quatro vítimas — dois alunos e outras duas professoras, com ferimentos leves — já tiveram alta e passam bem, segundo informações do Governo do Estado de São Paulo.

Elisabeth Tenreiro, professora de 71 anos a quem o adolescente de 13 anos desferiu os golpes de faca, foi a única pessoa que não sobreviveu

Tenreiro havia sido encaminhada ao Hospital Universitário da USP em estado grave, mas não resistiu e morreu.

Na internet

“Mas que outros colegas dele ali dessa rede social tinham ciência, até pelo número de curtidas de cada comentário dele ali, a gente vai investigar. […] Todo mundo que clicou e curtiu algum comentário ou fez algum comentário em cima de uma postagem dele vai ser objeto de apuração por parte da Polícia Civil. Sendo alguém com menos de 18 anos de idade, os responsáveis vão ser chamados”, afirmou o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira.