TCE recomenda que Governo do Estado faça um planejamento para as transferências do Plano 1000

O conselheiro do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC), José Nei Ascari, enviou orientações e recomendações para o Governo do Estado e também ao secretário de Infraestrutura, Jerry Comper (MDB), para que elaborem imediatamente planos de ação para a continuidade dos repasses do Plano 1000.

De acordo com o parecer de Ascari, “trata-se da adoção de medidas de orientação e de correção em decorrência da constatação de distorções entre os dados apresentados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura, os dados extraídos do Portal SCTransferências e as respostas dos municípios ao questionário realizado pelo TCE/SC, concluindo que há grande número de obras paralisadas, abandonadas, canceladas, atrasadas ou em ritmo lento, não sendo possível identificar as obras paradas e os motivos das paralisações, bem como quais obras serão continuadas ou identificação de irregularidades técnicas ou de orçamentos”.

O TCE solicitou dois planos de ação: o primeiro trata de 536 transferências especiais já iniciadas a serem ajustadas a um novo regramento, convertidas em convênios, num total de R$ 1,044 bilhão, que tem a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIE) como unidade gestora, segundo dados compilados do Portal SCTransferências.

Neste ponto, o relator considerou um fator de risco a “já declarada reduzida capacidade da equipe da SIE para a apreciação dos novos convênios a serem firmados e os dados apresentados pelos próprios municípios“, que indicam o atraso nos repasses como o principal motivo das efetivas paralisações.

O segundo plano deve ser elaborado juntamente com os municípios para a redução dos efeitos da suspensão das transferências especiais que não tiveram repasses iniciados, num total de 794, segundo dados compilados do Portal SCTransferências, também tendo a SIE como unidade gestora.

Essas transferências não estão previstas no novo decreto que determina a transformação em convênios. Na prática, as prefeituras iniciaram ações com base nos acordos assinados antes que houvesse o recebimento dos recursos, e agora não possuem mecanismos para solicitar a continuidade dos repasses, estando, portanto, sem expectativa de retomada das obras frente ao novo regramento.