Uma assistente educacional foi flagrada agredindo uma criança de 2 anos em uma creche em Camboriú.
As imagens foram feitas por uma estagiária, que fingiu falar ao telefone para não levantar suspeitas.
No vídeo, com imagens fortes, a funcionária está em uma sala com as crianças na hora da soneca. Uma menina, de apenas 2 anos, se mexe em um dos colchões, momento em que ela grita com a criança, pega ela pelo braço e a joga contra a cama.
O núcleo de educação infantil, localizado em Camboriú, atende quase 450 crianças com idades entre 0 e 5 anos. A mãe da menina relata que ficou sabendo da situação pela própria secretária de Educação.
“Eu estava no trabalho e recebi uma mensagem da psicóloga pedindo para eu passar na secretaria de Educação, que ela precisava falar comigo. Eu pedi para o pai da neném passar lá. Ele foi, me ligou e falou: ‘você sabia que agrediram a neném?’. Aí eu fui para lá”, relembra a mãe.
Ao chegar na unidade, onde a filha estuda em período integral há cerca de um ano, a equipe mostrou o vídeo registrado em sala de aula para a mãe. A mulher relata que ficou chocada com as imagens, e que não imaginava que algo assim poderia acontecer com a menina.
“A gente trabalha, a gente precisa deixar na escolinha. Me veio tristeza, me veio culpa”, afirma a mãe. Ela comenta que, por vezes, a menina dizia que a professora teria brigado com ela, mas a mãe acreditava ser uma fala para não ir a escola.
Ao tomar conhecimento da situação, a família registrou um boletim de ocorrência. A servidora foi afastada das funções e um procedimento administrativo foi aberto para apurar o caso.
Secretaria de Educação se manifesta
Maria Alice Pereira, secretária de Educação de Camboriú, relata que uma nova profissional foi quem flagrou a agressão e decidiu registrar em vídeo o ocorrido.
Ela afirma que a situação é inadmissível e que constantemente as equipes recebem treinamentos, inclusive relacionados a comunicação não violenta e práticas na sala de aula.
“Não dá para admitir. A gente tem que trabalhar o respeito, e os pais quando entregam as crianças para a gente nas unidades eles têm certeza que os filhos serão bem tratados”, relata.
A profissional é uma funcionária efetiva há mais de dez anos na unidade, e por isso foi afastada para aguardar a decisão do processo administrativo. No mesmo dia, há relatos de outras duas crianças que se sentiram amedrontadas pelo tom de voz agressivo usado pela assistente.