A sessão na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú desta quarta-feira, 3, foi tensa. Muitas famílias se reuniram para pressionar os vereadores a derrubarem o veto do prefeito Fabrício de Oliveira ao projeto de Lei do vereador Eduardo Zanatta, que cria a política municipal de saúde “PraVida” para a distribuição dos medicamentos à base de cannabis, utilizado principalmente no tratamento de autistas, fibromiálgicos, pacientes com Parkinson e Alzheimer.
Um dos momentos mais polêmicos foi ao final da sessão. Pacientes que sofrem de fibromialgia choravam e falavam para os vereadores que lamentavam o voto da maioria quando o vereador Kaká se dirige a elas e diz: ” Não vou defender bando de maconheiros”. A vereadora Juliana Pavan partiu em defesa das famílias e pediu ao vereador Kaká que tivesse respeito as famílias. Juliana foi pra cima do vereador Kaká chamando-o de mal educado e pediu que ele respeitasse a dor daquelas famílias. Pavan também insistiu que o vereador pedisse desculpas.
Procuramos vereador para ouvi-lo mas não conseguimos retorno. O espaço segue aberto para o contraponto.
“Eu lamento que o projeto de lei tenha sido vetado a pedido do prefeito. Repito: foi um veto político, uma decisão que não leva em consideração as dores das famílias e ficou evidente no constrangimento geral no plenário. Mas a mobilização da população deixou claro que o Prefeito Fabrício deve apresentar uma alternativa para quem precisa dos medicamentos e não têm condições de pagar. As entidades e associações conquistaram uma vitória política ontem com o governo se comprometendo a enviar uma proposta para a Câmara e quem ganha é a população. Preconceito e ignorância são os carimbos do atraso na política”, diz o vereador Eduardo Zanatta.
O vereador ainda comentou sobre a dor das famílias que acompanhavam a sessão: “Muitas famílias se mobilizaram e vieram acompanhar a votação do veto no plenário. Tinha um avô com seus netos autistas, casais que dividem as dores crônicas da fibromialgia, pais e mães de crianças com epilepsia refratária. As pessoas choraram durante a votação pois dependem da medicação para algo essencial, que é a saúde. Eu seguirei trabalhando para que a nossa cidade possa ter uma política pública de saúde que garanta o acesso a esses medicamentos. É urgente”, afirma o vereador.
A votação ficou assim:
VEREADORES CONTRA O VETO DO PREFEITO:
Eduardo Zanatta (PT), Alessandro Teco (Republicanos), André Furlan Meirinho (Progressistas), Lucas Gotardo (Novo), Juliana Pavan (PSDB), Asinil Medeiros (PL) e Samir Dawud (PDT).
VEREADORES A FAVOR DO VETO DO PREFEITO:
João Olindino Dão Koedermann (MDB), Juliethe Nitz (PL), Dani Serpa (PSD), Nena Amorim (MDB), Roberto Souza Junior (Podemos), Anderson Santos (Podemos), Gelson Rodrigues (Cidadania), Kaká Fernandes (Podemos), Marcos Kurtz (Podemos) e Nilson Probst (MDB).