Conforme dados do Boletim Epidemiológico da COVID-19 n°128/2023, o número de casos de COVID-19 notificados entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 30 e 32 (final de julho e início de agosto) permaneceram abaixo de 120 casos semanais. No entanto, desde o mês de agosto, o número de casos confirmados vem aumentando, sendo que nas SE 40 e 41 (mês de outubro) foram notificados respectivamente 978 e 980 casos confirmados (Figura 1). Apesar deste aumento não representar a mesma magnitude da transmissão registrada em anos anteriores, há um crescimento 8 vezes maior no número de casos confirmados em comparação com as últimas 12 semanas.
Consequentemente, a taxa de incidência também apresentou um aumento, passando de 23 casos/100 mil habitantes em setembro para 35 casos/100 mil habitantes na SE 41 (outubro). Ressaltamos que houve uma mudança no perfil de infecção nas últimas 12 semanas, com incidência mais elevada entre indivíduos a partir dos 60 anos.
Da mesma forma, a maior taxa de mortalidade observada nas últimas 12 semanas ocorreu em indivíduos com 80 anos ou mais, alcançando um índice de 10 óbitos a cada 100 mil habitantes. Esses dados destacam a maior vulnerabilidade dos idosos em relação às faixas etárias mais jovens, demonstrando que a idade avançada é um fator de risco significativo para óbitos. Tal fato alerta para os cuidados que devem ser tomados com essa população, em especial com os pacientes e os trabalhadores de Instituições de Longa Permanência para
Idosos (ILPI).
Diante desse aumento no número de casos, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) reforça a importância de intensificar as medidas de prevenção e proteção contra a COVID-19, conforme detalhado abaixo:
• Promover a vacinação contra a COVID-19: a vacinação tem alcançado resultados importantes na redução da morbimortalidade desta doença, sendo a principal medida de saúde pública para enfrentamento da pandemia.
A estratégia de vacinação consiste na completude do esquema primário (duas doses) e doses de reforço a depender da indicação, para que se possa obter uma proteção ampliada frente a formas graves da doença.
Importante lembrar que toda a população a partir dos 18 anos de idade, com esquema primário completo, deve receber uma dose de reforço com a vacina bivalente;
• Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão por pelo menos 20 segundos, auxiliando as crianças pequenas a fazerem o mesmo. Se água e sabão não estiverem disponíveis, utilize desinfetante à base de álcool ou álcool gel a 70%;
• Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas;
• Utilizar a etiqueta respiratória (cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar com o antebraço e eliminar lenços e máscaras usadas no lixo);
• Limpar e desinfetar superfícies e objetos que as pessoas tocam com frequência, como brinquedos, maçanetas e dispositivos móveis;
• Evitar contato próximo com pessoas doentes, evitando beijar ou compartilhar copos, talheres ou objetos pessoais;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres;
• Evitar aglomerações e, caso não seja possível, manter uma distância segura (de, no mínimo, um metro) de outras pessoas ou grupo de pessoas, evitando retirar a máscara nessas situações;
• Manter os ambientes bem ventilados, com portas e janelas abertas, de forma a permitir o fluxo de ar nos locais;
• Orientar a população para que diante de sintomas gripais como febre, tosse, coriza, congestão nasal, dor de garganta entre outros é necessário procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento, utilizando a
máscara e evitando a circulação em espaços públicos enquanto permanecer sintomático;
• Realizar a testagem dos casos sintomáticos para COVID-19, orientando as medidas de isolamento diante da identificação de casos suspeitos, assim como o rastreamento dos contatos, conforme as orientações do Manual de Orientações da COVID-19 (vírus SARS-COV-2), atualizado em maio/2023;
• Utilizar máscaras como parte de uma estratégia abrangente para proteção individual e coletiva contra infecções respiratórias, especialmente pessoas de grupos vulneráveis ou que apresentem sintomas respiratórios. O uso e o descarte apropriados são essenciais para garantir a eficácia e evitar qualquer aumento no risco de transmissão.
É fundamental que a população e os serviços de saúde estejam orientados e preparados para lidar com o aumento de casos de doenças de transmissão respiratória no estado de Santa Catarina. A adoção de medidas preventivas e de controle é essencial para reduzir a transmissão dessas doenças e proteger a saúde da população