A 2ª Vara da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, condenou um grupo criminoso a 143 anos de prisão. A quadrilha, responsável pela ‘fraude do marketplace’, foi condenada por associação criminosa, extorsão e estelionato.
Através das redes sociais, o trio usava perfis falsos para comprar itens de alto valor anunciados, principalmente, no Marketplace do Facebook. Os vendedores jamais receberam o dinheiro.
As investigações da Polícia Civil de Santa Catarina começaram em 2022, depois que as primeiras denúncias começaram a ser realizadas em Santa Catarina.
Vítimas de diversos municípios procuraram as autoridades para comunicar que revenderam pertences através das redes sociais, mas nunca receberam pelo item.
O trio, identificado e preso pela Polícia Civil, criava perfis falsos e se passava por consumidores para realizar a falsa compra. O alvo eram proprietários de veículos ou outros itens de alto valor.
O estelionatário entrava em contato com o proprietário para manifestar interesse no produto anunciado, principalmente, no marketplace do Facebook. Em seguida, um dos criminosos iniciava a negociação e informava que um familiar iria buscar o veículo, que seria registrado no nome de um familiar — sistema que colocava os três criminosos dentro da mesma nogociata.
O veículo era entregue ao grupo após apresentação de um comprovante falso de depósito ou transferência. Ao checar a conta bancária, a vítima percebia que o saldo constava como “Bloqueado – análise bancária”. Ao contatar a agência bancária, era informada de que o dinheiro não foi depositado.
No decorrer da negociação, a vítima tentava contato com quem teria feito pagamento, mas, além de não obter o pagamento, passava a ser extorquida a pagar determinada quantia para que o veículo fosse devolvido.
Além do trio condenado pela fraude do marketplace, a PCSC acredita que outros indivíduos possam ter ligação com o crime. As extorsões foram realizadas com uso de inúmeras linhas telefônicas e alguns envolvidos ainda não tiveram identidade confirmada.
O grupo ainda utilizava de dados de terceiros– muitos deles inocentes e sem qualquer relação com o esquema. O prejuízo total está na casa de R$ 1.500.000,00.
Os criminosos identificados foram condenados na quarta-feira (31), pela 2ª Vara da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz. Somadas, as penas dos três chega a 143 prisão.
- Autor de 23 anos: 35 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão, e 156 dias-multa, no mínimo legal, em regime inicialmente fechado;
- Autor de 41 anos: 59 anos e 10 dias de reclusão, e 261 dias-multa, no mínimo legal, em regime inicialmente fechado;
- Autor de 39 anos: 49 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, e 216 (duzentos e dezesseis) dias-multa, no mínimo legal, em regime inicialmente fechado.