“Acordamos com as notícias que estavam bombardeando, já tinham pessoas que tinham morrido na minha cidade. Entre 12h e 13h recebemos a notícia do bombardeio da casa do meu tio. Eles estavam na casa arrumando as coisas para poderem sair da cidade”, disse.
Após esperarem o dia inteiro por novidades, Jacqueline recebeu a notícia que o pior havia ocorrido: a prima e o tio haviam perdido a vida no ataque.
Segundo Jacqueline, Mirna tinha orgulho de ser brasileira. Ela era a única dos quatro irmãos nascida no Brasil. “Acho que o que mais animou ela de ser brasileira foi na copa. Ela gravava vídeos torcendo pro Brasil”, lembra a prima.
Jacqueline diz que a família de Mirna pretendia voltar ao Brasil, mas após a morte do pai e da filha decidiram ficar, uma vez que os corpos ainda não puderam ser sepultados.
“Agora ninguém quer ir embora. Não estão conseguindo nem chegar de novo até a cidade para fazer o enterro. Eles não querem ir embora e deixar meu tio e minha prima sem enterrar”, explica.
A prima de Mirna lamenta a situação que o seu país natal vive. “Está muito perigoso. As estradas sendo bombardeadas, as casas. Minha casa até acho que não está mais lá. Até eu perdi meu direito de voltar para o meu lar e meus filhos também”, enfatiza.