Para assegurar a navegabilidade e o crescimento econômico do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, a draga holandesa Utrecht, do tipo Hopper, sendo de propriedade da empresa Van Oord, chegou à Itajaí no domingo, 24, pela manhã, para dar início a uma nova fase de dragagem de manutenção.
Especializada em sucção de sedimentos, a Utrecht chega para reforçar as operações de remoção de resíduos acumulados no canal de acesso ao porto, essencial para manter a profundidade ideal e a segurança da passagem de grandes embarcações.
Construída em 1996, a Utrecht é uma das dragas mais eficientes e robustas da sua categoria, medindo 159,65 metros de comprimento e 28,03 metros de largura. Possui tonelagem bruta de 26.016 toneladas, sendo projetada para armazenar até 18.292 metros cúbicos de sedimentos em sua cisterna, garantindo um alto rendimento durante a operação.
Esta embarcação, conhecida por seu desempenho em dragagens complexas, realiza uma operação contínua que visa tanto melhorar o fluxo de águas no Rio Itajaí-Açu quanto evitar riscos de enchentes, uma vez que ajuda a manter o escoamento da água do Vale do Itajaí em períodos de chuvas intensas.
“A draga Utrecht estava atuando no Porto de Santos (SP), e, sua chegada à Itajaí neste domingo, demonstra sua real necessidade de realizar suas etapas de ciclos de dragagem no Rio Itajaí Açu, de acordo com seus parâmetros e áreas compreendidas. Trata-se de uma draga auto transportadora, de bandeira holandesa, com mais de 18 mil m³ de cisterna. Esta draga irá complementar os serviços de dragagem de manutenção que foram retomados no início do mês com a utilização da draga de injeção de água NJORD. Devido a sua alta capacidade de produção, a draga Utrecht deverá recolocar o porto nas suas profundidades nominais entre 7 a 10 dias de operação”, afirmou o Diretor da empresa de dragagem Van Oord, Antonio Seabra.
A operação de dragagem com a Utrecht reafirma o compromisso do Porto de Itajaí com a segurança e eficiência da navegação, além de promover a sustentabilidade econômica e ambiental da região.
Projetada para serviços de dragagem intensivos e contínuos, a Utrecht possui um sofisticado sistema de sucção que permite a coleta de sedimentos diretamente do fundo do canal. Uma série de bombas e tubulações potentes fazem a sucção do material, armazenado em sua cisterna, até que possa ser despejado no local de descarte, a cerca de 10 quilômetros da costa (5 milhas náuticas), em uma área específica (bota-fora), sendo depositados em alto mar, indicada pelas autoridades ambientais para preservação do ecossistema local.
A tecnologia embarcada na Utrecht inclui sensores de profundidade e sistemas de navegação avançados, que garantem a precisão e eficiência no processo de dragagem, essencial para manter a profundidade do canal em torno de 13 a 14 metros. A embarcação é projetada para operar 24 horas por dia, ininterruptas, com uma equipe altamente treinada para manter a operação contínua. Sem esse trabalho, o canal poderia retornar rapidamente à sua profundidade natural de cerca de 8 metros, o que comprometeria severamente a navegação e a competitividade econômica do porto.
Sua capacidade de armazenagem e seu porte permitem à Utrecht atuar em longos ciclos de dragagem antes de precisar retornar para descarte, otimizando significativamente a operação no Porto de Itajaí. Essa autonomia é crucial para uma dragagem eficaz no Rio Itajaí-Açu, ajudando a garantir que o canal permaneça desobstruído para o trânsito de grandes embarcações.
Esta é a terceira vez que a draga Utrecht atua no Rio Itajaí-Açu desde sua primeira missão em janeiro de 2019, consolidando-se como um recurso estratégico para a manutenção das operações portuárias na região.
O canal de acesso aos portos tem uma média de 190 metros de largura e cerca de 14 metros de profundidade. De extrema necessidade para auxiliar na remoção de materiais sólidos, a embarcação estará atuando permanentemente na dragagem ao longo do canal de acesso ao Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu – áreas a montante e jusante – do Rio Itajaí Açu e também nas áreas das Bacias de Evolução I (em frente aos portos de Itajaí e Navegantes), II (Baía Afonso Wippel – Saco da Fazenda).
O Diretor Geral de Engenharia, Jucelino dos Santos Sora, destacou a importância dessa continuidade: “A Autoridade Portuária de Itajaí mantém um compromisso inabalável com a segurança e profundidade do canal. É essencial para o fluxo de operações que o canal esteja sempre dentro dos padrões necessários, garantindo que as embarcações possam entrar e sair do complexo com segurança e sem restrições de calado”, pontuou.
A dragagem realizada pela Utrecht é parte de um planejamento estratégico de manutenção contínua cujo objetivo é garantir o pleno funcionamento do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, sendo fundamental para a sustentabilidade da navegação local e para a economia de Itajaí e região.
“Desde 1999, Itajaí se destaca como o único porto brasileiro a realizar dragagem permanente, medida que assegura a eficiência logística e evita interrupções nas operações portuárias. Esse investimento é vital para a economia, considerando que o canal precisa estar em condições ideais para atender à crescente demanda de transporte marítimo no país. O custo mensal desse serviço representa cerca de 70% do orçamento da Superintendência do Porto de Itajaí, uma média de 7 milhões de reais mensalmente. Manter o Rio Itajaí-Açu entre 13 e 14 metros de profundidade é essencial”, destacou o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.
A operação da Utrecht é complementada pela draga NJORD, que atua paralelamente com a draga Hopper, ao qual atua com jatos de água pressurizada para afrouxar e movimentar os sedimentos do fundo do rio, facilitando sua remoção. Essa técnica combinada potencializa a eficácia da dragagem, permitindo que sedimentos mais finos sejam carregados pela correnteza, enquanto a Utrecht armazena o material extraído e o transporta para áreas de descarte autorizadas a aproximadamente 10 quilômetros da costa.