O laboratório de diagnóstico Dasa informou nesta quinta-feira (31) que encontrou dois casos da nova variante do coronavírus em São Paulo.
Segundo a empresa, essa é a mesma cepa que surgiu no Reino Unido. A descoberta foi comunicada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária.
A empresa afirmou que foram analisadas 400 amostras de saliva, coletadas por RT-PCR. Esse tipo de teste, considerado padrão ouro de diagnóstico, detecta o código genético (RNA, nesse caso) do vírus nas amostras.
A confirmação da cepa foi feita por meio de sequenciamento genético em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(IMT-FMUSP).
A variante, chamada de B.1.1.7, já foi registrada em pelo menos outros 17 países. Ela tem mutações que afetam a maneira como o vírus se fixa nas células humanas e é 56% mais contagiosa.
Não há evidências de que a variante provoque casos mais graves ou com maior índice de mortes, nem mesmo que seja resistente às vacinas. O estudo do laboratório brasileiro que identificou essa versão do coronavírus foi iniciado em meados de dezembro, quando o Reino Unido publicou as primeiras informações científicas sobre a variante.
A preocupação é que alguns atuais possam apresentar falsos negativos – quando uma pessoa está doente mas o exame não aponta a presença do vírus.
“Alguns testes de imunologia e de sorologia que só identificam a proteína S podem apresentar resultados falso negativos nos diagnósticos dessa nova variante”, explicou o diretor médico da Dasa,
Em nota, o Instituto Adolfo Lutz disse que está analisando as amostras e que fará o sequenciamento genético para identificação da linhagem em até 48h.