A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (20), em Porto Belo, no Litoral, a operação Wiederholung que desarticulou a vida de luxo e ostentação da família de um narcotraficante que atuava em Santa Catarina e Paraná.
O alvo foi condenado diversas vezes por tráfico de drogas e ainda assim continuava ostentando uma vida de alto padrão financeiro. De acordo com a investigação, desde de 2001, quando foi preso pela primeira vez, o investigado se dedicava exclusivamente ao narcotráfico e à gestão dos recursos financeiros provenientes do crime.
Em 2009, ele retornou ao sistema prisional por ter sido preso em flagrante por tráfico de drogas com a mulher. Já em 2017, foi preso pela Polícia Federal mais uma vez, tendo ficado retido na Casa de Custódia de São José dos Pinhais até abril de 2020.
A Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) da Polícia Civil do Paraná, no ano de 2020, encaminhou relatório à Polícia Federal informando que, mesmo durante o período em que o narcotraficante estava preso, a mulher dele, que não exercia qualquer atividade remunerada, ostentava uma vida de luxo, usando carros importados e vivendo em imóveis de alto padrão.
Durante a investigação, que foi focada exclusivamente no crime de lavagem de dinheiro, a Polícia Federal constatou que o casal movimentava milhões de reais em contas bancárias próprias e de terceiras pessoas, que atuavam como laranjas.
Além disso, foi identificado que o casal possuía patrimônio milionário com casas, veículos, embarcação e apartamentos de luxo, tudo resultado do tráfico de drogas.
Além da prisão, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestro de imóveis, veículos e embarcação, bem como determinação de medidas cautelares alternativas à prisão, uma vez que a mulher do narcotraficante, que o ajuda nos atos de lavagem de dinheiro, possui filhos menores.
O nome da operação Wiederholung significa repetição na língua alemã, é uma alusão a reiteração dos crimes praticados pelo investigado ao longo de sua vida, o qual, mesmo tendo sido preso por três vezes pelo mesmo crime, continuou a praticar e lucrar com o crime, uma vez que seu patrimônio milionário, construído com o tráfico, até então nunca havia sido atingido.
Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar até 10 anos de reclusão por cada ação perpetrada. Foram identificados durante a investigação 18 atos de lavagem de ativos financeiros.