Final de semana de muita violência doméstica em Itajaí. “Vou te matar, se eu for preso, quando sair eu te mato, você vai ver”

Esta segunda-feira (10) é marcada pelo Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, que alerta, há 42 anos, para casos de agressão, tentativas de assassinato e feminicídio. Infelizmente, no final de semana anterior a uma data tão emblemática, a violência contra as mulheres predominou em Itajaí.

Só entre domingo (9) e a madrugada desta segunda-feira (10), foram pelo menos quatro ocorrências atendidas pela PM (Polícia Militar). Duas delas foram agressões cometidas pelos pais contra as próprias filhas.

No domingo (9), um pai, bêbado, teria tentado estrangular a filha e ainda teria puxado uma faca para o genro, ao tentar defender a vítima. A esposa dele, uma mulher de 49 anos, contou que o homem estava bastante alterado.

Ela relatou ainda que tentava se divorciar dele, e que em outras ocasiões teria corrido atrás dela e de outra filha, de 10 anos, ameaçando colocar fogo na casa deles. A vítima, de 19 anos, contou que a agressão foi motivada por uma discussão. O marido dela partiu para cima do sogro, impedindo que continuasse a agressão.

O suspeito, de 49 anos, recebeu voz de prisão e foi encaminhado à Central de Plantão Policial de Itajaí.

Já na manhã de domingo (9), um homem teria agredido a esposa com socos. A mulher ficou com uma lesão no lábio e um corte no antebraço esquerdo. No mesmo dia, a PM foi acionada duas vezes no mesmo endereço, e na segunda encontrou a mulher ferida.

Uma vizinha relatou ter visto as agressões e que o suspeito deu socos no rosto da vítima, a jogando no chão. Segundo a polícia, a mulher parecia amedrontada, mas decidiu não relatar nada. O homem foi preso e conduzido até a Central de Plantão Policial de Itajaí.

Na tarde de domingo, um homem teria tentado atear fogo na casa da filha, de 18 anos, após uma discussão entre os dois. O pai teria quebrado a TV e a porta dela, além de ameaçá-la dizendo que iria atear fogo nas coisas da vítima. Quando a polícia chegou, o suspeito havia fugido. Quando a guarnição saiu do local, o homem voltou e abriu o botijão de gás da casa, dizendo que incendiaria o local.

A polícia voltou à casa e encontrou o homem, de 48 anos. Ele foi conduzido à Central de Plantão Policial de Itajaí após receber voz de prisão.

Outra ocorrência foi registrada já na madrugada de segunda-feira (10), na Barra do Rio. A vítima, uma mulher de 32 anos, contou que levou socos e até uma mordida do companheiro, que ainda a ameaçou. “Vou te matar, se eu for preso, quando sair eu te mato, você vai ver”, ele teria dito, além de ter pego uma faca.

A mulher recebeu ajuda de uma vizinha. O homem ainda teria levado alguns pertences para a casa de um amigo e que poderia voltar ao local. Os policiais permaneceram próximos e logo foram chamados novamente até a casa.

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O suspeito foi encontrado escondido em um quintal vizinho. Ele continuou xingando a vítima mesmo após receber voz de abordagem, até que os policiais conseguissem algemá-lo. Ele foi conduzido, assim  como a vítima, à Central de Plantão Policial.

A vítima ainda relatou que, da segunda vez que o suspeito foi à casa dela, a xingou dizendo “não entro porque eu não quero, mas você me paga”, além de danificar o veículo dela.

Os filhos dela estavam na casa e presenciaram as ameaças. O homem confessou que xingou a mulher, mas negou as ameaças. Ele foi preso em flagrante.

No perfil dos registros de feminicídio no Brasil, dos 1.341 casos em 2021, 68,7% das vítimas tinham entre 18 a 44 anos, 65,6% morreram dentro de casa e 62% eram negras. Ainda conforme o Anuário, entre os autores dos feminicídios 81,7% dos casos foram o companheiro ou o ex-companheiro.

Pela primeira vez o levantamento mostrou o volume de casos de perseguição ou stalking, que chegaram a 27.722 em 2021, e de violência psicológica contra mulheres, que foram 8.390.

O estudo, feito anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é baseado em números de fontes oficiais dos órgãos públicos responsáveis.