O professor de história da rede estadual de ensino de Imbituba, que aparece em um vídeo dentro da sala de aula dizendo que admira Hitler, foi indiciado pela Polícia Civil de Imbituba por apologia ao crime e discriminação de raça (racismo).
O Inquérito Policial foi concluído pelo delegado responsável pelo caso, Juliano Baesso, na última sexta-feira (17). O documento foi encaminhado ao Poder Judiciário para apurar a prática dos dois crimes.
O indiciamento foi por causa de mensagens de cunho supostamente nazistas que o professor enviou em um grupo de mensagens em outubro do ano passado.
Nas mensagens, o professor escreveu que “Hitler foi melhor que Jesus, pelo menos expurgou o que não prestava”. Ele também disse que o líder do nazismo “tinha razão”. “Tem classe superior e inferior, por exemplo aqueles que votaram no Lula são inferior”.
Além disso, ele afirmou que “queria ser o cara responsável por expelir o gás (em quem votou no PT)”. A frase faz uma alusão ao campo de concentração mantido pela Alemanha nazista, que matou entre 1,1 e 1,5 milhão de pessoas em câmaras de gás, de fome ou por doenças.
Após receber as denúncias, a Polícia Civil de Imbituba instaurou um Inquérito Policial, identificou o autor, ouviu testemunhas e pediu a Justiça um mandado de busca e apreensão na casa do investigado, além do afastamento da função por 90 dias. Todos os pedidos foram aceitos pelo Poder Judiciário.
Na casa do suspeito, foram apreendidos celulares e computadores. Depois da análise, os policiais encontraram em um dos celulares justamente as mensagens encaminhadas pelo investigado, corroborando com a prática criminosa.
Professor voltou a dar aulas e a elogiar o regime imposto por Hitler
Na semana passada, o professor voltou a dar aulas, depois de vencer o prazo de 90 dias de afastamento determinado pelo Poder Judiciário. Um vídeo começou a circular na internet onde um estudante pergunta se ele apoia o que Hitler fez. E o professor responde “sim, claro”.
Depois, ele pergunta se alguém está filmando. Um estudante responde que não. E então o professor diz que tem admiração por Hitler.
O vídeo chegou a conhecimento da Polícia Civil e foi incluído no mesmo inquérito de outubro do ano passado.
Estudantes chegaram a fazer um protesto em frente a escola onde o professor dá aulas. Ele foi novamente afastado, desta vez por mais 60 dias pela Secretaria de Estado da Educação.
O Ministério Público de Santa Catarina chegou a pedir a prisão do professor, mas a Justiça negou. No entanto, aceitou outras solicitações. Como o afastamento da função pública por 180 dias. Além disso, o professor está proibido de se aproximar da escola onde dá aulas.