A morte de botos-cinza (sotalia guianensis) no litoral de Santa Catarina acendeu um alerta devido ao risco de extinção da espécie. Conforme informações do Projeto de Monitoramento de Praias da Univille, em um mês, entre os dias 5 de abril e 5 de maio, foram encontrados quatro botos-cinzas mortos nas praias do Estado.
O primeiro registro, foi no dia 5 de abril, onde, na ocasião um pescador encontrou o boto-cinza já sem vida, boiando na Baía Babitonga e rebocou o indivíduo até o trapiche do bairro Laranjeiras, em São Francisco do Sul, onde foi entregue aos técnicos de campoJá na base, segundo levantamento do monitoramento da Univille, os médicos veterinários puderam confirmar que este boto, um macho subadulto, morreu por afogamento após ficar preso em uma (amalhe) rede de pesca
O segundo registro foi em 12 de abril, dessa vez na praia do Capri, também em São Francisco do Sul. No exame de necropsia, os veterinários constataram que o boto, um macho ainda jovem, estava com debilidade crônica, confirmando que o animal estava muito doente.
O terceiro caso aconteceu no dia seguinte, dia 13 de abril na praia de Pontal em Itapoá. O animal, uma fêmea subadulta, estava em avançado estado de decomposição com um lacre plástico em formato de argola preso ao rostro.
Conforme informou o monitoramento da Univille, o objeto, que geralmente é utilizado na vedação de garrafas, impediu o animal de abrir a boca por muito tempo e ele acabou morrendo de fome.
Outro caso foi registrado no dia 5 maio, durante o monitoramento da Praia Grande em São Francisco do Sul, os técnicos de campo do projeto de monitoramento da Universidade encontraram o quarto boto-cinza sem vida.
Nesse caso o animal, um macho jovem, estava em decomposição avançada e apresentava marcas de predação. Em função disso, não foi possível identificar as causas da morte.
O boto-cinza está ameaçado de extinção em Santa Catarina e é considerado uma espécie vulnerável pelo Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).