Santa Catarina registra em 2020 maior número de casos de Dengue

O ano de 2020 foi marcado pelo registro do maior número de casos confirmados de dengue em Santa Catarina. Para alertar a população e para incentivar a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, o estado se prepara para uma semana de mobilização contra o mosquito, entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro.

De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), na sexta-feira, 13, o estado tem 103 municípios infestados pelo mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. “É o maior número registrado até agora em SC. E nos deixa o alerta: se temos o mosquito, poderemos ter o registro das doenças. Por isso, é tão importante eliminar locais que possam acumular água e reforçar junto à população a importância das medidas de controle do mosquito. Essa é a melhor maneira de evitarmos novos casos”, afirma João Fuck, gerente de zoonoses da Dive.

Além da situação de epidemia de dengue em 11 municípios (a Organização Mundial da Saúde define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes), SC tem confirmados até o momento mais de 11 mil casos de dengue. “A maioria dos casos são autóctones, ou seja, com transmissão dentro do território estadual. Eles estão concentrados em 52 municípios, sendo que 11 apresentaram transmissão em nível epidêmico. Essa condição é reflexo da presença e disseminação do Aedes aegypti”, alerta João Fuck.

Ações para controle do mosquito

A Dive orienta que as ações que serão feitas pelos municípios levem em consideração a realidade de cada local e sigam as recomendações sanitárias para prevenção da transmissão da Covid-19. “A semana de ações é realizada todos os anos em Santa Catarina, sempre em alusão ao Dia Nacional de Combate à Dengue, 21 de novembro. Sugerimos e indicamos que os municípios envolvam diversos setores nas atividades de controle vetorial, com realizações de reuniões virtuais da sala de situação, que reforcem a rede assistencial sobre a importância da notificação e manejo clínico dos casos”, detalha João Fuck.

O Aedes aegypti

O mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya é o Aedes aegypti. Ele se caracteriza pelo tamanho pequeno, cor marrom médio e por nítida faixa curva branca de cada lado do toráx. Nas patas, apresenta listras brancas.

As fêmeas do mosquito necessitam do sangue humano para a maturação dos ovos. Dessa forma, é nesse momento que pode ocorrer a transmissão das doenças (tanto da transmissão do vírus aos seres humanos, como a infecção do mosquito ao picar uma pessoa doente no período de viremia).

A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. A fêmea escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente. Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, 7 dias. “Por isso, é tão importante que cada um observe o seu ambiente ao menos uma vez por semana, para eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti”, reforça o gerente.

O Aedes aegypti tem como criadouros os mais variados recipientes que possam acumular água parada. Os mais comuns são pneus sem uso, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas, piscinas e vasos sanitários sem uso. A fêmea do mosquito pode, também, depositar seus ovos nas paredes internas de bebedouros de animais e em ralos desativados, lajes e em plantas como as bromélias.