O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) catarinense está cumprindo ordens judiciais de Minas Gerais em Florianópolis, na manhã desta terça-feira (22/6), em apoio à 2ª fase da operação Black Monday, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 8ª Promotoria de Justiça de Pouso Alegre – apoiada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) local e pela Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber) – e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O GAECO é uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Santa Catarina, pelas Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal e pela Secretaria da Fazenda estadual.
Estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão, todos na capital catarinense, além de dois mandados de prisão temporária. Além disso, sete pessoas foram notificadas para serem ouvidas como investigadas. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, principalmente, em dois escritórios que, de acordo com as investigações, atuavam na captação de vítimas das falsas corretoras Kiplar e Vlom por intermédio dos sites Lucro Inteligente e Central do Lucro.
De acordo com a investigação, a organização criminosa, alvo da operação, não atua apenas no Brasil, mas em toda a América Latina e também na Europa.
Relembre o caso
Com início em maio de 2020, o MPMG, por meio da 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Pouso Alegre, apoiada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), investigou a prática dos crimes de organização criminosa, crimes contra a economia popular e as relações de consumo, além de lavagem de dinheiro.
Conforme apurado, na busca por diversificação em investimentos financeiros, milhares de pessoas acessavam os sites Aprenda Investindo e Investing Brasil sendo elas direcionadas para falsos analistas. Estes diziam atuar em nome das corretoras VLOM e LBLV, as quais não detém autorização para funcionamento no Brasil. Ocorre que, em vez de direcionar os valores investidos pelas vítimas, os recursos captados eram desviados e convertidos em bitcoins. Posteriormente, já com os produtos dos crimes devidamente “lavados”, os investigados amealharam vultoso patrimônio.
No dia 25 de março de 2021, foi deflagrada a primeira fase da operação Black Monday, com o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva.
Ao todo, a operação ocorreu em 12 estados (MG, PE, PB, SP, SC, MA, RO, RS, RJ, GO, AL e BA), com a prisão de quatro pessoas; foram, ainda, localizados e arrecadados veículos de luxo, joias, imóveis, dinheiro e bitcoins, tudo em quantia estimada de R$ 15 milhões.
A fraude em questão causou mais de R$ 100 milhões de prejuízos em desfavor de, pelo menos, mil e quinhentas vítimas.
Até o momento, já foram oferecidas duas denúncias em desfavor de 21 pessoas, sendo que duas delas permanecem presas e duas cumprem medidas cautelares diversas da prisão.